PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"Matar um animal para fazer um casaco é um pecado"




"Matar um animal para fazer um casaco é um pecado. Nós não temos esse direito. Uma mulher realmente tem classe quando rejeita que um animal seja morto para ser colocado sobre os seus ombros. Só assim ela será verdadeiramente bela"

- Doris Day (actriz e cantora, 1924 - )

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"Era o enfermeiro dos animais feridos..."



«Pouco a pouco a sua bondade ocupou-se dos animais. Também eles sofriam, e tinham sobre a Terra o seu quinhão de miséria e de dor. Quando via então um animal carregado, tomava sobre os seus ombros o fardo. Recolhia ossos, pelas esquinas dos mercados, para distribuir aos cães famintos. Era o enfermeiro dos animais feridos, a quem lavava as chagas, onde as moscas se prendiam [...].

Depois, pouco a pouco, na sua alma densa e simples veio a nascer lentamente a ideia de que as árvores também sofriam, bem como as florinhas dos campos. E desde então nunca mais cortou um tronco, para dele fazer um cajado. Todo o ramo, partido e seco no chão, o compadecia. Arredava-se para não pisar a erva [...].»

- Eça de Queiroz, "S. Cristóvão", in "Lendas de Santos".

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Por que é que o sofrimento dos animais me comove tanto?


(Zola fotografado por Félix Nadar)

"Porque é que o sofrimento dos animais me comove tanto? Porque fazem parte da mesma comunidade a que pertenço, da mesma forma que os meus próprios semelhantes"

- Émile Zola (escritor, 1840-1902)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Esta é a proposta de um ser humano integral"



"Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Esta é a proposta de um ser humano integral"

- Abraham Lincoln

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Procurou inculcar em todos a unidade de tudo o que vive, explicando que comer carne é uma espécie de autofagia, o assassínio do que nos é próximo"

"Ele ofereceu um touro feito de mel e de farinha. Procurou inculcar em todos a unidade de tudo o que vive, explicando que comer carne é uma espécie de autofagia, o assassínio do que nos é próximo. Tudo o que vive é um, os homens, os deuses e os animais. A unidade dos viventes é o pensamento parmenidiano da unidade do ser sob uma forma infinitamente mais fecunda, uma simpatia profunda com toda a natureza, uma compaixão transbordante se lhe juntam (...). Ele amaldiçoa o dia em que tocou com os lábios a alimentação sangrenta, isso parece ser o seu crime: a mácula pelo assassínio"
- Nietzsche, sobre Empédocles, "O nascimento da filosofia na época da tragédia grega".

"Nós sabemos o que os animais fazem..."

"Nós sabemos o que os animais fazem, quais são as necessidades do castor, do urso, do salmão e das outras criaturas, porque, outrora, os homens casavam-se com eles e adquiriram este saber das suas esposas animais (...). Os Brancos viveram pouco tempo neste país e não conhecem grande coisa a respeito dos animais; nós, nós estamos aqui desde há milhares de anos e há muito tempo que os próprios animais nos instruíram. Os Brancos anotam tudo num livro, para não esquecer; mas os nossos ancestrais desposaram os animais, aprenderam todos os seus usos e fizeram passar estes conhecimentos de gerações em gerações" - declarações dos Índios a um antropólogo canadiano citadas por Claude Lévi-Strauss, em "La Pensée Sauvage".

sábado, 3 de setembro de 2011

"...dedicado aos biliões de animais chacinados sem necessidade cada ano, que não têm outra voz senão a nossa"



Saiu recentemente The Philosophy of Animal Rights. A brief introduction for students and teachers, de Mylan Engel Jr. e Kathie Jenni. É uma boa introdução pedagógica e didáctica às principais questões da ética animal, "dedicado aos biliões de animais chacinados sem necessidade cada ano, que não têm outra voz senão a nossa".