tag:blogger.com,1999:blog-23873117063417721232024-03-13T22:20:28.354-07:00PAN - CulturaUnknownnoreply@blogger.comBlogger273125tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-89421624647140263082014-05-20T14:38:00.000-07:002014-05-20T14:38:10.299-07:00Alargar o círculo da compreensão e da compaixão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-QZ8y6HJOAGs/U3vK-9eoymI/AAAAAAAAC-w/5slqmN9-Tjw/s1600/Albert+Einstein.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-QZ8y6HJOAGs/U3vK-9eoymI/AAAAAAAAC-w/5slqmN9-Tjw/s400/Albert+Einstein.jpg" /></a></div><br />
“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”<br />
<br />
- Einstein, The Expanded Quotable Einstein, Princeton University Press, 2000, p.316.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-82506145845232014542014-03-04T15:44:00.002-08:002014-03-04T15:46:14.193-08:00"Tudo o que fazemos aos outros seres e à natureza fazemo-lo a nós. Pela meditação, foi-me sendo revelado o mistério da unidade"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-AZZVA5i-h4g/UxZlt1zGdyI/AAAAAAAACxk/dEE-QQycp1s/s1600/Pablo+d'Ors+II.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-AZZVA5i-h4g/UxZlt1zGdyI/AAAAAAAACxk/dEE-QQycp1s/s640/Pablo+d'Ors+II.jpg" /></a></div><br />
<b>“Quanto mais virmos a nossa radical mutabilidade e a nossa interdependência com o mundo e com os outros – e isso até ao ponto de podermos dizer “eu sou tu” ou, então, “eu sou o universo” - , tanto mais nos aproximamos da nossa mais radical identidade. Portanto, para nos conhecermos, não precisamos de dividir e separar, mas de unir. Graças à meditação, fui descobrindo que não há <i>eu</i> e <i>mundo</i>, mas que <i>mundo</i> e <i>eu</i> são a mesma e única coisa. A consequência natural desta constatação – e não creio que seja preciso ser bruxo para o adivinhar – é a compaixão para com todo o ser vivente: não prejudicar nada nem ninguém porque nos apercebemos de que, em última instância, nos prejudicamos a nós próprios se o fizermos. [...] Tudo o que fazemos aos outros seres e à natureza fazemo-lo a nós. Pela meditação, foi-me sendo revelado o mistério da unidade”<br />
<br />
- Pablo d’Ors, <i>A Biografia do Silêncio. Breve ensaio sobre meditação</i>, Prior Velho, Paulinas Editora, 2014, pp.36-37.</b><br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-32610574794045109412014-01-13T02:48:00.001-08:002014-01-13T02:48:48.766-08:00Hino Portugal dos Grandes<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/nktkTl1XuMo" width="480"></iframe><br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
Hoje, que se celebram 3 anos da oficialização do PAN, recordamos o Hino do Portugal dos Grandes, o Portugal do Futuro já Presente, lançado pelo PAN em 10 de Junho de 2012.</div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Hino Portugal dos Grandes</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Da ocidental praia lusitana</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Do finisterra europeu</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Da noite do mundo como breu</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Da noite da era que morreu</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Outro Portugal se ergue</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Irmão da Terra e do Céu</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Rosto atlântico voltado ao oceano</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Abraço armilar ao mundo</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Vida Nova te espera</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Renascida do azul profundo</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Portugal dos Grandes</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Coração vasto e fundo</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Abraça todos os seres</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Cria um Novo Mundo</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Tua pátria todo o planeta</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Todos os povos teus irmãos</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Todas as vidas tua vida</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Folhas, patas, asas, mãos</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Quebra todas as amarras</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Abre o peito, solta a voz</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Desperta deste sono</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">O salvador somos nós</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">(3x)</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Portugal dos Grandes</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Coração vasto e fundo</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Abraça todos os seres</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Cria um Novo Mundo</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">O hino do Portugal dos Grandes não é um novo hino para Portugal. É um hino para um Novo Portugal, de todos os que se dedicam à solidariedade social, à protecção dos animais, das minorias e dos sectores mais desfavorecidos da população, à defesa das crianças, das mulheres e dos idosos, à luta contra a fome e a pobreza, à busca de alternativas espirituais, culturais, educativas, terapêuticas, económicas, ecológicas, sociais e políticas e que estão a caminhar no mesmo rumo, o de uma nova civilização, mais sã, consciente, ética e justa.</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;" />
<span style="color: #333333; font-family: arial, sans-serif; line-height: 17px;">Foi apresentado no 10 de Junho de 2012 num evento público no Coreto do Jardim da Estrela em Lisboa.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
Ideia: Richard Warrell</div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
Letra: Paulo Borges</div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
Música: Maestro António Victorino d'Almeida</div>
<div style="background-color: white; color: #404040; font-family: Roboto, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
Realização: Edgar Pêra</div>
<div>
<br /></div>
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-30118284698784691222014-01-12T03:20:00.000-08:002014-01-12T03:20:21.265-08:00"Além do amor e da simpatia, os animais possuem outras qualidades que no ser humano consideramos como qualidades morais”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-cXcZING0IJQ/UtJ5Tg2J6lI/AAAAAAAACqI/-9NAJJD-ch0/s1600/Charles+Darwin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-cXcZING0IJQ/UtJ5Tg2J6lI/AAAAAAAACqI/-9NAJJD-ch0/s400/Charles+Darwin.jpg" /></a></div><br />
<b>“O capitão Stansbury encontrou, sobre as margens de um lago salgado do Utah, um pelicano velho e completamente cego que era muito gordo e que tinha de ser nutrido desde há muito pelos seus companheiros. M. Blyth informa-me que viu corvos indianos alimentar dois ou três dos seus companheiros cegos e eu tive conhecimento de um facto análogo observado num galo doméstico. Eu próprio vi um cão que jamais passava ao lado de um dos seus grandes amigos, um gato doente numa cesta, sem o lamber ao passar, o sinal mais certo de um bom sentimento no cão. […] Além do amor e da simpatia, os animais possuem outras qualidades que no ser humano consideramos como qualidades morais”<br />
<br />
- Charles Darwin, A descendência do homem e a selecção sexual, 1891.<br />
</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-7519789048460492182014-01-05T02:22:00.000-08:002014-01-05T02:22:10.673-08:00Uma classe política, de comentadores e de jornalistas que ultrapassou há muito o prazo de validade<b>Na televisão e na restante comunicação social o pouco tempo e espaço que resta da lavagem ao cérebro publicitária e das distracções com telenovelas, concursos e futebol continua a ser constantemente preenchido por políticos, economistas, comentadores e entrevistadores que só falam de mais do mesmo, debates entre um governo e uma oposição igualmente falhos de ideias e alternativas, tricas politiqueiras e discursos económico-financeiros segundo o mesmo modelo que nos conduziu ao abismo em que estamos. Ligar a televisão e até ler muitos jornais tem quase sempre um efeito repulsivo, hipnótico ou soporífero. Ninguém fala das questões contemporâneas realmente importantes e urgentes, em termos nacionais e mundiais, que preocupam a comunidade científica e as consciências mais despertas. Como por exemplo o crescente mal-estar na civilização e a falta de sentido para a vida, o aumento dos suicídios e dos comportamentos antisociais (a começar pelos das elites no poder), o esmagamento das populações não só pelo desemprego, mas também pelo trabalho e pela burocracia, a ameaça de repetição do pior do século XX com o renascer dos nacionalismos e da xenofobia, a urgência de uma democracia participativa que permita aos eleitores controlar os eleitos e impeça a corrupção, a necessidade de uma nova economia que não acumule mais riqueza numa minoria, não empobreça e exclua a maioria e não destrua o planeta e os seres vivos, o desafio de tornar as nações e as regiões mais sustentáveis em termos alimentares e de energias renováveis, o imperativo de inverter a destruição acelerada da biodiversidade, dos ecossistemas e da diversidade cultural, medidas drásticas para impedir as mudanças climáticas que podem causar a extinção da própria humanidade, o colapso do sistema de saúde e educativo e da escola e dos agentes culturais como formadores de consciências, a tremenda nocividade do consumo crescente de carne e lacticínios, os direitos humanos, dos animais, da natureza e das gerações futuras de humanos e não humanos. Temos mesmo uma classe política, de comentadores e de jornalistas que ultrapassou há muito o prazo de validade. E arriscamo-nos a seguir o mesmo triste caminho se não mudamos urgentemente.</b> <br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-76402651665785637612013-12-29T04:35:00.000-08:002013-12-29T04:35:34.308-08:00A ilusão do eu separado na raiz de todos os aspectos da crise<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-7AS5lSZMXLo/UsAVm64XVWI/AAAAAAAACoA/qm_VN-0Oqy4/s1600/Joanna+Macy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-7AS5lSZMXLo/UsAVm64XVWI/AAAAAAAACoA/qm_VN-0Oqy4/s400/Joanna+Macy.jpg" /></a></div><br />
<b>“A crise que ameaça o nosso planeta, quer seja vista nos seus aspectos militares e ecológicos ou sociais, deriva de uma noção do eu disfuncional e patológica. Deriva de um erro acerca do nosso lugar na ordem das coisas. É a ilusão de o eu ser tão separado e frágil que tenhamos de delinear e defender as suas fronteiras; de ser tão pequeno e tão necessitado que tenhamos de infinitamente adquirir e consumir; e que, enquanto indivíduos, corporações, estados-nações ou espécie, possamos ser imunes ao que fazemos aos outros seres”<br />
<br />
- Joanna Macy, “The Greening of the Self”, in AAVV, Spiritual Ecology. The Cry of the Earth, Point Reyes, The Golden Sufi Center, 2013, pp.149-150.<br />
</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-51545163387740595392013-12-27T04:00:00.002-08:002013-12-27T04:00:48.278-08:00Os princípios de uma nova civilização<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-zWMsg9M65WQ/Ur1prsOdDWI/AAAAAAAACnk/OmGkrK3D8dE/s1600/Charles+Eisenstein.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-zWMsg9M65WQ/Ur1prsOdDWI/AAAAAAAACnk/OmGkrK3D8dE/s400/Charles+Eisenstein.jpg" /></a></div><br />
<b>“Um reconhecimento de uma aliança está a crescer entre pessoas em diferentes arenas de activismo, seja político, social ou espiritual. O acupunctor holístico e o resgatador de tartarugas do mar podem não ser capazes de explicar o sentimento, “Estamos a servir a mesma coisa”, mas estão a fazê-lo. Ambos estão ao serviço de uma emergente História das Pessoas que é a mitologia definidora de um novo tipo de civilização.<br />
<br />
Chamar-lhe-ei a História do Entre-Ser, a Idade da Reunião, a era ecológica, o mundo da dádiva. Ela oferece um conjunto completamente diferente de respostas às questões que definem a vida. Eis aqui alguns dos princípios da nova história:<br />
<br />
- Que o meu ser participa no teu ser e no de todos os seres. Isto vai para além da interdependência – a nossa própria existência é relacional.<br />
- Que, portanto, o que fazemos ao outro, fazemo-lo a nós mesmos.<br />
- Que cada um de nós possui um único e necessário dom a oferecer ao mundo.<br />
- Que a finalidade da vida é expressar os nossos dons.<br />
- Que todo o acto é significativo e tem um efeito no cosmos.<br />
- Que estamos fundamentalmente inseparados uns dos outros, de todos os seres e do universo. <br />
- Que cada pessoa que encontramos e cada experiência que temos espelha algo em nós mesmos. <br />
- Que a humanidade está destinada a unir-se alegremente à tribo de toda a vida na Terra, oferecendo os nossos dons unicamente humanos para o bem-estar e o desenvolvimento do todo.<br />
- Que finalidade, consciência e inteligência são propriedades inatas da matéria e do universo”<br />
<br />
- Charles Einsenstein, The More Beautiful World Our Hearts Know is Possible, Berkeley, North Atlantic Books, 2013, pp.15-16. </b><br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-80500381543115389952013-12-26T07:00:00.000-08:002013-12-26T07:00:05.282-08:00"Estamos a reconhecer a nossa própria inseparabilidade, uns dos outros e da totalidade da vida"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-2NdLeNr42Ic/UrxEKBX_6dI/AAAAAAAACnQ/rbvl59kuAPU/s1600/Charles+Eisenstein.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-2NdLeNr42Ic/UrxEKBX_6dI/AAAAAAAACnQ/rbvl59kuAPU/s400/Charles+Eisenstein.jpg" /></a></div><br />
<b>“A um nível pessoal, a mais profunda revolução possível que podemos decretar é uma revolução no nosso sentimento de eu, na nossa identidade. O eu autónomo e separado de Descartes e Adam Smith chegou ao fim e está a tornar-se obsoleto. Estamos a reconhecer a nossa própria inseparabilidade, uns dos outros e da totalidade da vida. A usura desmente esta união, pois busca o crescimento do eu separado às custas de algo externo, algo de outro. Provavelmente todos os que lêem este livro concordam com os princípios da interconexão, seja de uma perspectiva espiritual ou ecológica. Chegou o tempo de a vivermos. É a hora de entrar no espírito do dom, que incarna a compreensão sentida da não-separação. Está a tornar-se abundantemente óbvio que menos para ti (em todas as suas dimensões) é também menos para mim. A ideologia do ganho perpétuo levou-nos a um estado de pobreza tão indigente que estamos ofegantes por ar. Essa ideologia, e a civilização construída sobre ela, é o que hoje está a entrar em colapso”<br />
<br />
- Charles Eisenstein, Sacred Economics. Money, Gift & Society in the Age of Transition, Berkeley, Evolver Editions, 2011, p.139. </b><br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-39348474303467780502013-12-25T06:51:00.000-08:002013-12-25T06:52:25.833-08:00As razões pelas quais com o actual sistema económico jamais haverá paz para os humanos, os animais e a natureza<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-U95ALedHpxo/UrrvHvlq1LI/AAAAAAAACmw/lraeU1yRRpE/s1600/sacred-economics.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-U95ALedHpxo/UrrvHvlq1LI/AAAAAAAACmw/lraeU1yRRpE/s640/sacred-economics.jpg" /></a></div><br />
“Por causa do lucro, em qualquer dado momento, a quantidade de dinheiro devido é maior do que a quantidade de dinheiro já existente. Para fazer novo dinheiro a fim de manter o inteiro sistema a funcionar, […] temos de criar mais “bens e serviços”. O principal modo de o fazer é começar a vender algo que outrora era gratuito. É começar a converter florestas em madeira, música em produto, ideias em propriedade intelectual, reciprocidade social em serviços pagos. <br />
<br />
Estimulada pela tecnologia, a mercantilização de bens e serviços inicialmente não-monetários acelerou ao longo dos últimos séculos, ao ponto de hoje muito pouco ser deixado fora da esfera monetária. As vastas provisões, de terra ou de cultura, foram isoladas e vendidas – tudo para acompanhar o ritmo do crescimento exponencial do dinheiro. <br />
<br />
[...]<br />
<br />
O imperativo do crescimento perpétuo implícito no dinheiro baseado no lucro é o que impele a implacável conversão da vida, do mundo e do espírito em dinheiro. Completando o círculo vicioso, quanto mais convertemos vida em dinheiro, mais dinheiro necessitamos para viver. A usura, e não o dinheiro, é a raiz proverbial de todo o mal.<br />
<br />
[...]<br />
<br />
Devido à dívida nutrida pelo lucro acompanhar toda a nova emissão de dinheiro, em qualquer momento dado a quantidade da dívida excede a quantidade de dinheiro existente. A insuficiência do dinheiro impele-nos à competição uns com os outros e remete-nos para um construído e constante estado de escassez. É como o jogo das cadeiras, em que nunca há espaço suficiente para que todos estejam seguros. A pressão da dívida é endémica ao sistema. Enquanto alguns podem pagar as suas dívidas, o sistema global requer um geral e crescente estado de endividamento.<br />
<br />
A constante e subjacente pressão da dívida significa que haverá sempre pessoas inseguras ou desesperadas – pessoas sob pressão para sobreviver, prontas a abater a última floresta, apanhar o último peixe, vender a alguém sapatilhas, liquidar seja qual for o capital social, natural, cultural ou espiritual ainda disponível. Nunca poderá haver um tempo em que atinjamos o “suficiente” porque, num sistema de dívida baseado no lucro, o crédito não apenas troca “bens presentes por bens no futuro”, mas bens presentes por mais bens no futuro. Para servir a dívida ou apenas para viver, ou tiramos a riqueza existente de uma outra pessoa (daí, a competição) ou criamos “nova” riqueza extraindo-a das provisões comuns” <br />
<br />
- Charles Einsenstein, Sacred Economics, Berkeley, Evolver Editions, 2011, pp.100-103.<br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-53350017997053942082013-12-21T16:29:00.003-08:002013-12-21T16:29:39.243-08:00"Portugal ou se reformará política, intelectual e moralmente ou deixará de existir"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-xXYdMRgtQuc/UrYyW6nurOI/AAAAAAAACmE/YBemkSO1gYk/s1600/Antero+de+Quental.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-xXYdMRgtQuc/UrYyW6nurOI/AAAAAAAACmE/YBemkSO1gYk/s640/Antero+de+Quental.jpg" /></a></div><br />
<b>"Portugal ou se reformará política, intelectual e moralmente ou deixará de existir. Mas a reforma, para ser fecunda, deve partir de dentro e do mais fundo do nosso ser colectivo: deve ser, antes de tudo, uma reforma dos sentimentos e dos costumes"<br />
<br />
- Antero de Quental, "Expiação", 1890.</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-41391716977367512202013-12-21T04:39:00.000-08:002013-12-21T04:39:16.886-08:00"Temos vivido numa Idade de Separação"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-XTB5Bed5tEE/UrWLxpQqfmI/AAAAAAAAClY/elJfglscryU/s1600/Sacred+Economics.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-XTB5Bed5tEE/UrWLxpQqfmI/AAAAAAAAClY/elJfglscryU/s640/Sacred+Economics.jpg" /></a></div><br />
“Temos vivido numa Idade de Separação. Um a um, dissolveram-se os nossos laços com a comunidade, a natureza e o lugar, abandonando-nos num mundo estranho. A perda destes laços é mais do que uma redução da nossa riqueza, é uma redução do nosso próprio ser. O empobrecimento que sentimos, isolados da comunidade e da natureza, é um empobrecimento das nossas almas. Isto porque, contrariamente ao que assume a economia, a biologia, a filosofia política, a psicologia e a religião institucional, nós não somos na essência seres separados que têm relações. Nós somos relação”<br />
<br />
- Charles Eisenstein, Sacred Economics. Money, Gift & Society in the Age of Transition, Berkeley, Evolver Editions, 2011, p.49. Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-76267315992252864392013-12-19T05:25:00.000-08:002013-12-19T05:25:18.029-08:00"Em resumo: vazio interior – consumismo – fosso ecológico – fosso social”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-9_G2bVkcck8/UrLzfxsBcKI/AAAAAAAACkU/TgT8_FbnV5U/s1600/Leading+from+the+emerging+future.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-9_G2bVkcck8/UrLzfxsBcKI/AAAAAAAACkU/TgT8_FbnV5U/s640/Leading+from+the+emerging+future.jpg" /></a></div><br />
“Os três fossos [espiritual-cultural, ecológico e sócio-económico] que compõem a superfície de sintomas [da crise] estão extremamente entrelaçados. Por exemplo, a perda de sentido na vida e no trabalho (o vazio interior) é frequentemente preenchido com mais consumo material (consumismo), o qual aprofunda o fosso ecológico por um maior esgotamento de recursos. A intensificação do fluxo da corrente de recursos naturais dos países em vias de desenvolvimento para os países desenvolvidos, e o fluxo das correntes de desperdício em sentido oposto, conduz por sua vez a um aprofundamento do fosso social. Em resumo: vazio interior – consumismo – fosso ecológico – fosso social”<br />
<br />
- Otto Scharmer / Katrin Kaufer, Leading from the Emerging Future. From ego-system to eco-system economies, São Francisco, Berret-Koehler Publishers, 2013, p.40.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-17116136338230778242013-12-17T05:31:00.000-08:002013-12-17T05:31:33.426-08:00O mito da separação entre nós e os outros é mortal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-tMcgN7sPmDQ/UrBR-FBv5KI/AAAAAAAACjQ/jvUwFa_2dJU/s1600/Otto+Scharmer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-tMcgN7sPmDQ/UrBR-FBv5KI/AAAAAAAACjQ/jvUwFa_2dJU/s640/Otto+Scharmer.jpg" /></a></div><br />
“Enquanto o fosso ecológico se baseia numa separação entre o eu e a natureza e o fosso social numa separação entre o eu e o outro, o fosso espiritual-cultural reflecte uma separação entre o eu e o Si – isto é, entre o nosso actual “eu” e o futuro “Si” emergente que representa o nosso maior potencial. Este fosso é manifesto em valores rapidamente crescentes de esgotamento e depressão, que representam o crescente abismo entre as nossas acções e quem nós realmente somos. De acordo com a World Health Organization (WHO), em 2000 morreram por suicídio mais do que o dobro das pessoas que morreram em guerras”<br />
<br />
- Otto Scharmer / Katrin Kaufer, Leading from the Emerging Future. From ego-system to eco-system economies, São Francisco, Berret-Koehler Publishers, 2013, p.5.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-11472401337804183432013-12-16T06:16:00.000-08:002013-12-16T06:16:33.736-08:00"Precisamos de uma espécie de despertar colectivo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-e6w5IogKU7E/Uq8LNRaRYAI/AAAAAAAACis/j1g_PGoNLD4/s1600/Thich+Nhat+Hanh+com+gorro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-e6w5IogKU7E/Uq8LNRaRYAI/AAAAAAAACis/j1g_PGoNLD4/s640/Thich+Nhat+Hanh+com+gorro.jpg" /></a></div><br />
“Precisamos de uma espécie de despertar colectivo. Há entre nós homens e mulheres que estão despertos, mas não é suficiente; a maioria das pessoas ainda estão a dormir. Construímos um sistema que não podemos controlar. Ele impõe-se a nós e tornamo-nos os seus escravos e vítimas. Para a maioria de nós que querem ter uma casa, um carro, um frigorífico, uma televisão e assim por diante, temos de sacrificar o nosso tempo e as nossas vidas em troca. […] Criámos uma sociedade na qual os ricos se tornam mais ricos e os pobres mais pobres e na qual estamos tão apanhados nos nossos problemas imediatos que não nos podemos conceder estar conscientes do que é que se passa com o resto da família humana ou com o nosso planeta Terra. No meu espírito vejo um bando de galinhas numa gaiola lutando por umas poucas sementes de cereal, inconscientes de que dentro de poucas horas serão todas mortas” <br />
<br />
- Thich Nhat Hanh, The Bells of Mindfulness, in Spiritual Ecology. The Cry of the Earth, 2013, p.26.<br />
Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-5966763232104378952013-12-16T02:54:00.001-08:002013-12-16T02:54:54.082-08:00Tempo de Antena PAN 2013<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/IHjyD4Wsz6k" width="480"></iframe>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-66477319515044147472013-12-09T07:47:00.000-08:002013-12-09T07:47:57.128-08:00Ética e ecologia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-L49oDi5w8wA/UqXmHtPEzAI/AAAAAAAAChE/yi7AQpg8G_M/s1600/Cristina+Beckert.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-L49oDi5w8wA/UqXmHtPEzAI/AAAAAAAAChE/yi7AQpg8G_M/s400/Cristina+Beckert.jpg" /></a></div><br />
“[…] tanto a ética como a ecologia pressupõem um habitar, no primeiro caso, humano, no segundo inerente a todos os seres vivos, que se dá num solo comum - a natureza e o mundo – e que se constitui mediante a relação mútua entre aqueles que habitam, mediada pela instância onde habitam. A questão está em saber se a semelhança deverá ou não ser levada até à identidade, ou seja, se a ética se deverá reduzir à ecologia e o homem ao estatuto de um qualquer outro ser natural, como pretende a “ecologia profunda”, ou se este, de algum modo, transcende a economia do todo, reclamando, para si, um estatuto à parte.<br />
<br />
Mais uma vez, é a categoria de responsabilidade que permite resolver este dilema acerca do tópos humano, dado que apenas enquanto responsável pode o homem habitar na natureza e cohabitar com os outros seres vivos, ao mesmo tempo que a transcende, de modo a decidir sobre a melhor forma de preservar harmoniosamente essa cohabitação”<br />
<br />
- Cristina Beckert, Ética, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012, pp.153-154.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-30867927280691373572013-12-06T03:28:00.000-08:002013-12-06T03:28:17.713-08:00"O que conta na vida não é o facto de termos vivido. É a diferença que fizemos para a vida dos outros" - Nelson Mandela<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-t4NsK9dSznA/UqG0OiY6mOI/AAAAAAAACfw/bWyn6I5ZwpE/s1600/Nelson+Mandela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-t4NsK9dSznA/UqG0OiY6mOI/AAAAAAAACfw/bWyn6I5ZwpE/s640/Nelson+Mandela.jpg" /></a></div>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-9124332359850671592013-12-03T02:35:00.002-08:002013-12-03T02:35:53.155-08:00Uma economia que destrói tudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-lqmc84UXwPs/Up2yY9yHwJI/AAAAAAAACfY/kxMD2-BMPH8/s1600/Agostinho+da+Silva+com+gato.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-lqmc84UXwPs/Up2yY9yHwJI/AAAAAAAACfY/kxMD2-BMPH8/s640/Agostinho+da+Silva+com+gato.jpg" /></a></div><br />
<b>"(…) É uma economia do trabalho, da produção, (…) que toma conta da terra, das plantas, dos animais, dos homens, de tudo"<br />
<br />
- Agostinho da Silva, <i>Vida Conversável</i>.</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-30260033353558541982013-11-29T02:36:00.002-08:002013-11-29T02:36:55.483-08:00"Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-WWZA23M-rEQ/UphscGRkSQI/AAAAAAAACes/ivFqaTio1Jk/s1600/vandana+shiva+sorrindo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-WWZA23M-rEQ/UphscGRkSQI/AAAAAAAACes/ivFqaTio1Jk/s640/vandana+shiva+sorrindo.jpg" /></a></div><br />
Princípios da Democracia da Terra<br />
<br />
1. Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco: todos os seres são sujeitos dotados de integridade, inteligência e identidade e não objectos susceptíveis de converter-se em propriedade de outros, de ser manipulados, de ser explorados ou de ser eliminados. Nenhum ser humano tem direito a ser dono de outras espécies, de outras pessoas ou dos conhecimentos de outras culturas por meio de patentes e outros direitos de propriedade intelectual.<br />
<br />
2. A comunidade da Terra é uma democracia de toda a vida no seu conjunto: todos somos membros da família da Terra e estamos interconectados através da frágil rede da vida do planeta. Todos temos o dever de viver de um modo que proteja tanto os processos ecológicos da Terra como os direitos e o bem-estar de todas as espécies e de todas as pessoas. Nenhum ser humano tem direito a imiscuir-se no espaço ecológico de outras espécies e de outras pessoas nem a tratá-las com crueldade e violência.<br />
<br />
- Vandana Shiva, <i>Earth Democracy. Justice, Sustainability, and Peace</i>, 2005.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-12555233982572121242013-11-28T15:30:00.000-08:002013-11-28T15:30:33.259-08:00"Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco"Princípios da Democracia da Terra<br />
<br />
1. Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco: todos os seres são sujeitos dotados de integridade, inteligência e identidade e não objectos susceptíveis de converter-se em propriedade de outros, de ser manipulados, de ser explorados ou de ser eliminados. Nenhum ser humano tem direito a ser dono de outras espécies, de outras pessoas ou dos conhecimentos de outras culturas por meio de patentes e outros direitos de propriedade intelectual.<br />
<br />
- Vandana Shiva, Earth Democracy. Justice, Sustainability, and Peace, 2005.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-53272247774357727302013-11-26T03:14:00.003-08:002013-11-26T03:14:45.089-08:00"A simpatia estendida para fora dos limites da humanidade, ou seja, a compaixão para com os animais, parece ser uma das últimas aquisições morais"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-TGO5fe6DvWw/UpSCmpbNDjI/AAAAAAAACdY/g27vjUmiLG4/s1600/Charles+Darwin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-TGO5fe6DvWw/UpSCmpbNDjI/AAAAAAAACdY/g27vjUmiLG4/s640/Charles+Darwin.jpg" /></a></div><br />
Uma passagem luminosa de Darwin que é todo um programa de educação e acção individual e colectiva e que mostra a falácia do darwinismo social: <br />
<br />
“À medida que o homem avança na civilização e que as pequenas tribos se reúnem em comunidades mais numerosas, a simples razão indica a cada indivíduo que deve estender os seus instintos sociais e a sua simpatia a todos os membros da mesma nação, se bem que não sejam pessoalmente seus conhecidos.<br />
Atingido este ponto, apenas uma barreira artificial pode impedir as suas simpatias de se estenderem a todos os homens de todas as nações e de todas as raças. A experiência prova-nos, infelizmente, quanto é necessário tempo antes que consideremos como nossos semelhantes os homens que diferem consideravelmente de nós pelo seu aspecto exterior e pelos seus costumes.<br />
A simpatia estendida para fora dos limites da humanidade, ou seja, a compaixão para com os animais, parece ser uma das últimas aquisições morais. […] Esta qualidade, uma das mais nobres de que o homem é dotado, parece provir casualmente do facto de que as nossas simpatias, tornando-se mais delicadas à medida que mais se estendem, acabam por se aplicar a todos os seres vivos. Esta virtude, uma vez honrada e cultivada por alguns homens, expande-se nos jovens pela instrução e pelo exemplo, e acaba por se fazer parte da opinião pública”<br />
<br />
- Charles Darwin, A descendência do homem e a selecção sexual. Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-65534401421555979492013-11-05T01:23:00.001-08:002013-11-05T01:23:34.240-08:00Ecologia e desenvolvimento da consciência interior<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-MJgJbDe-crI/Uni4_HiwZXI/AAAAAAAACYk/vWiSKHRYBb0/s1600/Ken+Wilber.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-MJgJbDe-crI/Uni4_HiwZXI/AAAAAAAACYk/vWiSKHRYBb0/s400/Ken+Wilber.jpg" /></a></div><br />
<b>"(…) a única agenda realmente importante para os verdadeiros ecologistas em qualquer parte é a criação, a evolução e o desenvolvimento da própria consciência interior. Os principais problemas de Gaia não são a industrialização, a diminuição do azono, a sobre-população e o esgotamento dos recursos. O principal problema de Gaia é a falta de entendimento mútuo e comum acordo na noosfera sobre como proceder em relação a essas dificuldades. A maioria dos eco-filósofos focam milhares de outras coisas que precisam ser feitas e ignoram totalmente o maior e principal problema: como levar as pessoas a ver os problemas e a chegar a acordo sobre a forma de os resolver. E a única maneira de fazer isso é através da evolução da consciência de modos egocêntricos de pensamento para modos sociocêntricos e globocêntricos." <br />
<br />
- Ken Wilber, A Brief History of Everything.</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-66057211418905882592013-10-30T14:17:00.001-07:002013-10-30T14:18:49.520-07:00Política da consciência e mudança de paradigma - 1 de Novembro, 18.30<b>"Política da Consciência e Mudança de Paradigma"<br />
<br />
Uma proposta para uma mudança radical da política convencional.<br />
<br />
Palestras e debate com Paulo Borges e Daniela Velho (presidente e vice-presidente da Direcção Nacional do PAN)<br />
<br />
O primeiro de um novo ciclo de PANdebates com novos temas a anunciar em breve.<br />
<br />
Na sede nacional do PAN, Rua Anchieta, nº5, 4º esq., em Lisboa (ao Chiado)<br />
<br />
Entrada livre e limitada a 40 pessoas<br />
<br />
Os PANdebates terão uma periodicidade mensal. Reserve o seu lugar, através do geral@pan.com.pt ou 213426226.</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-62829629743303571042013-10-26T14:03:00.000-07:002013-10-26T14:03:01.406-07:00O vegetarianismo e o verdadeiro heroísmo, o do amor <b>"Dobrámos o cabo das Tormentas, escravizámos o índio, e ameaçando a terra, o mar e o mundo, tudo calcámos victoriosos e em nossos triunfos nos glorificámos. Se porém me fosse dado escolher entre a sorte do vencedor e a do vencido, diria, com pena de incorrêr em acusação de traição ao amor da pátria, que a todas as nossas glórias, que são muitas, sem embargo, e brilhantes, eu preferiria que como na Índia do seculo XVIII, trez milhões de portuguezes tivessem a coragem, que o índio teve, de preferirem morrer de fome a matar os animais seus companheiros e seus servos e amigos.<br />
<br />
Não sei de maior grandeza na história. Não sei de exemplo de mais sublimada moralidade duma raça, de mais grandiosa, perfeita e absoluta imolação ao amor, a este amor que é a essência da vida, a razão de ser da nossa existência, o padrão único por que se póde aferir a grandeza humana, «o comêço de todo o pensamento digno d'este nome» na feliz expressão de Carlyle.<br />
<br />
Heroísmo por heroísmo, o d'esses vencidos que maltratámos, foi infinitamente superior às façanhas militares de que tanto nos orgulhamos"<br />
<br />
- Jaime de Magalhães Lima, O Vegetarismo e a moralidade das raças, Porto, Sociedade Vegetariana, 1912.</b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2387311706341772123.post-82010111469301431112013-08-26T14:21:00.000-07:002013-08-26T14:21:36.398-07:00A política do futuro já presente, bem como a economia, as finanças e tudo o mais, têm de ser inspiradas pela sabedoria do amor e da compaixão.<b>Há que nos expormos ao ridículo, para algumas vistas estreitas e por enquanto, de introduzir o amor e a compaixão no discurso e na prática políticos, de trazer valores que esta civilização excluiu da vida pública por serem "femininos" para actividades tradicionalmente consideradas "masculinas". Se os políticos do passado ainda presente só falam de economia e finanças, além de se comportarem como predadores uns dos outros, os políticos do futuro já presente falam e falarão de economia, finanças e tudo o mais, mas sem ataques pessoais e sobretudo com o amor e a compaixão no coração e no pensamento. Amor e compaixão que levem a colocar-nos no lugar do Outro antes de tomar decisões e aprovar leis que o vão afectar, incluindo no Outro todos os outros: trabalhadores, reformados, desempregados, idosos, crianças, jovens, animais domésticos e selvagens, árvores, terras, mares, ares, rios, ecossistemas. Há que integrar o "masculino" e o "feminino" em todas as áreas da nossa vida. A política do futuro já presente, bem como a economia, as finanças e tudo o mais, têm de ser inspiradas pela sabedoria do amor e da compaixão. Sem isso não há outro futuro para as nossas sociedades e o planeta que não seja o agravamento até ao colapso da barbárie já existente. </b>Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0