PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
terça-feira, 4 de março de 2014
"Tudo o que fazemos aos outros seres e à natureza fazemo-lo a nós. Pela meditação, foi-me sendo revelado o mistério da unidade"
“Quanto mais virmos a nossa radical mutabilidade e a nossa interdependência com o mundo e com os outros – e isso até ao ponto de podermos dizer “eu sou tu” ou, então, “eu sou o universo” - , tanto mais nos aproximamos da nossa mais radical identidade. Portanto, para nos conhecermos, não precisamos de dividir e separar, mas de unir. Graças à meditação, fui descobrindo que não há eu e mundo, mas que mundo e eu são a mesma e única coisa. A consequência natural desta constatação – e não creio que seja preciso ser bruxo para o adivinhar – é a compaixão para com todo o ser vivente: não prejudicar nada nem ninguém porque nos apercebemos de que, em última instância, nos prejudicamos a nós próprios se o fizermos. [...] Tudo o que fazemos aos outros seres e à natureza fazemo-lo a nós. Pela meditação, foi-me sendo revelado o mistério da unidade”
- Pablo d’Ors, A Biografia do Silêncio. Breve ensaio sobre meditação, Prior Velho, Paulinas Editora, 2014, pp.36-37.
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