PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 3 de novembro de 2012

Abandonar o antropocentrismo

"As necessidades, desejos e caprichos dos seres humanos não são a única base para tomar decisões éticas. Creio que temos boas razões para abandonar o antropocentrismo exclusivo que pesou sobre demasiadas tradições morais no passado e reconhecer que os demais seres vivos têm, na mesma medida que nós, direito a existir e a levar uma boa vida. Na minha opinião, há-de ver-se no florescimento de todos os seres vivos, cada um deles com o seu conjunto de capacidades e vulnerabilidades intrínsecas, a sede primária do valor"

- Jorge Riechmann, Interdependientes y Ecodependientes. Ensayos desde la ética ecológica (y hacía ella), Proteu, 2012, p.256.

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