PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Por uma política da consciência e da bondade

Como escreveu Hannah Arendt, o geral preconceito contra a política é um considerável factor político. A sua consequência é afastar da tarefa de organizar de modo mais justo o mundo aqueles que a poderiam exercer em prol do bem comum e aqueles que os poderiam apoiar, abandonando a política aos que são meros agentes de obscuros interesses individuais e de grupos. Na verdade, o preconceito contra a política e o desinteresse por ela é uma das piores formas de fazer política. O estado da nação é a prova evidente disso.

O interesse pela política não pode contudo limitar-se ao exercício do voto e exige antes um compromisso de toda a vida no exercício de uma cidadania cada vez mais consciente e ética, que não se limite à busca do bem humano, e se estenda ao bem do planeta e de todas as formas de vida consciente e senciente. A verdadeira política deve ser hoje inseparável de uma cultura da consciência global, a promover por um processo contínuo de educação e formação dos cidadãos, a começar pelos educadores e formadores. Chegou a hora de uma política da consciência e da bondade.

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