PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Quando aprendermos a ser compassivos para todos os animais, isso incluirá a Humanidade. A compaixão facilmente atravessa a fronteira das espécies"

‎"Algumas pessoas perguntam: "Porque é que está a trabalhar para os animais, quando há tantas pessoas que precisam de ajuda?" A resposta é simples: Muitas pessoas que trabalham para os animais pelo mundo fora também trabalham altruistamente para as pessoas. Gostar de animais não significa gostar menos dos humanos. A compaixão origina compaixão.

- Marc Bekoff

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Uma economia "que toma conta da terra, das plantas, dos animais, dos homens, de tudo"

"(…) É uma economia do trabalho, da produção, (…) que toma conta da terra, das plantas, dos animais, dos homens, de tudo"

- Agostinho da Silva, Vida Conversável.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As causas animal, humana e ambiental são uma só causa

O movimento de defesa dos direitos dos animais é uma extensão natural e irrecusável do movimento de defesa dos direitos humanos. É por isso que, do mesmo modo que não é coerente defender os direitos humanos sem defender os direitos dos animais, também não faz sentido defender os dos animais sem defender os dos humanos. O movimento de defesa dos animais não pode isolar-se e abandonar o projecto de uma sociedade mais justa e equitativa para todos, humanos e não humanos, que por sua vez não pode esquecer a defesa dos ecossistemas e da Terra, da qual todos os seres vivos igualmente dependem. E isso passa por uma alternativa de fundo ao modelo dominante de crescimento económico, que nega o valor intrínseco de todas as formas de vida, humanas e não humanas, bem como dos recursos naturais, convertendo-os em meros objectos e matérias-primas ao serviço do maior lucro possível para um pequeno número de indivíduos e corporações. O planeta e os seus habitantes não aguentam mais isto.

É também por isso que chegou a hora de integrar as lutas sectoriais num mais amplo Movimento, de libertação global dos viventes, humanos e não humanos, e da Terra, das garras do neoliberalismo selvagem. Urge não separar as causas animal, humana e ambiental, que na verdade são uma só. É necessário subordinar a economia à política, a política à ética e a ética a uma nova cultura, inspirada por um novo paradigma, o da interconexão de todos os seres, sencientes, viventes e existentes, o da interdependência de patas, asas, mãos, barbatanas, folhas, ares, mares, rios e terra: o paradigma da grande fraternidade cósmica. E isso é Já. A Hora é Agora.