PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Uma classe política, de comentadores e de jornalistas que ultrapassou há muito o prazo de validade

Na televisão e na restante comunicação social o pouco tempo e espaço que resta da lavagem ao cérebro publicitária e das distracções com telenovelas, concursos e futebol continua a ser constantemente preenchido por políticos, economistas, comentadores e entrevistadores que só falam de mais do mesmo, debates entre um governo e uma oposição igualmente falhos de ideias e alternativas, tricas politiqueiras e discursos económico-financeiros segundo o mesmo modelo que nos conduziu ao abismo em que estamos. Ligar a televisão e até ler muitos jornais tem quase sempre um efeito repulsivo, hipnótico ou soporífero. Ninguém fala das questões contemporâneas realmente importantes e urgentes, em termos nacionais e mundiais, que preocupam a comunidade científica e as consciências mais despertas. Como por exemplo o crescente mal-estar na civilização e a falta de sentido para a vida, o aumento dos suicídios e dos comportamentos antisociais (a começar pelos das elites no poder), o esmagamento das populações não só pelo desemprego, mas também pelo trabalho e pela burocracia, a ameaça de repetição do pior do século XX com o renascer dos nacionalismos e da xenofobia, a urgência de uma democracia participativa que permita aos eleitores controlar os eleitos e impeça a corrupção, a necessidade de uma nova economia que não acumule mais riqueza numa minoria, não empobreça e exclua a maioria e não destrua o planeta e os seres vivos, o desafio de tornar as nações e as regiões mais sustentáveis em termos alimentares e de energias renováveis, o imperativo de inverter a destruição acelerada da biodiversidade, dos ecossistemas e da diversidade cultural, medidas drásticas para impedir as mudanças climáticas que podem causar a extinção da própria humanidade, o colapso do sistema de saúde e educativo e da escola e dos agentes culturais como formadores de consciências, a tremenda nocividade do consumo crescente de carne e lacticínios, os direitos humanos, dos animais, da natureza e das gerações futuras de humanos e não humanos. Temos mesmo uma classe política, de comentadores e de jornalistas que ultrapassou há muito o prazo de validade. E arriscamo-nos a seguir o mesmo triste caminho se não mudamos urgentemente.

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