PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Procurou inculcar em todos a unidade de tudo o que vive, explicando que comer carne é uma espécie de autofagia, o assassínio do que nos é próximo"

"Ele ofereceu um touro feito de mel e de farinha. Procurou inculcar em todos a unidade de tudo o que vive, explicando que comer carne é uma espécie de autofagia, o assassínio do que nos é próximo. Tudo o que vive é um, os homens, os deuses e os animais. A unidade dos viventes é o pensamento parmenidiano da unidade do ser sob uma forma infinitamente mais fecunda, uma simpatia profunda com toda a natureza, uma compaixão transbordante se lhe juntam (...). Ele amaldiçoa o dia em que tocou com os lábios a alimentação sangrenta, isso parece ser o seu crime: a mácula pelo assassínio"
- Nietzsche, sobre Empédocles, "O nascimento da filosofia na época da tragédia grega".

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