PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"Eu recuso-me a comer animais porque não posso alimentar-me do sofrimento e da morte de outras criaturas"
Eu recuso-me a comer animais porque não posso alimentar-me do sofrimento e da morte de outras criaturas.
Recuso-me a fazer isto porque eu mesmo sofri tão dolorosamente que consigo sentir as dores dos outros pela lembrança dos meus próprios sofrimentos.
Eu sou feliz, ninguém me persegue; porque deveria eu perseguir outros seres ou causar-lhes sofrimento?
Eu sou feliz, não sou um prisioneiro; porque devo eu transformar outras criaturas em prisioneiros e lançá-las em jaulas?
Eu sou feliz, ninguém me está a magoar; porque deveria eu magoar os outros ou permitir que sejam magoados?
Eu sou feliz, ninguém me maltrata; ninguém me vai matar; porque deveria eu maltratar ou matar outras criaturas ou permitir que sejam maltratadas ou mortas para meu prazer e conveniência?
Não é natural que eu não inflija a outras criaturas a mesma coisa que eu espero que nunca me seja imposta? E que temo que o seja?
Não é a coisa mais injusta fazer estas coisas aos outros sem nenhum propósito além do gozo deste insignificante prazer físico, à custa de mortes e tormentos?
Estes seres são menores e mais desprotegidos do que eu, mas você pode imaginar um homem racional, de sentimentos nobres, que se baseasse nestas diferenças para afirmar o direito de abusar da fraqueza ou da inferioridade de outros?
Você não acha que é justamente o dever do maior, do mais forte, do superior, proteger a criatura mais fraca ao invés de a matar?
- Edgar Kupfer-Koberwitz (escritor, Polónia, 1906-1991; escrito no campo de concentração de Dachau).
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