PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"...sentiremos dor quando seres vivos, incluindo paisagens, são destruídos"

"Existe uma intuição básica na ecologia profunda segundo a qual não temos o direito de destruir outros seres vivos sem razão suficiente. Outra norma é que, ao alcançar a maturidade, os seres humanos terão a experiência da alegria e do sofrimento quando outras formas de vida têm a experiência da alegria ou do sofrimento. Não só nos sentiremos tristes quando o nosso irmão, ou um cão, ou um gato, se sentem tristes, mas sentiremos dor quando seres vivos, incluindo paisagens, são destruídos. Na nossa civilização, possuímos vastos meios de destruição ao nosso dispor, mas uma maturidade extremamente pequena dos sentimentos. Apenas um leque muito estreito de sentimentos interessou até agora à maioria dos seres humanos"
- Arne Naess, in Bill Devall / George Sessions, "Ecologia Profunda. Dar prioridade à natureza na nossa vida", Águas Santas, Edições Sempre-em-Pé, 2004, p.96.

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