PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 2 de abril de 2011

Para uma ciência integrada na matriz de uma nova cultura holística – (12ª) breve reflexão

Almejemos um País das Maravilhas* e, tal como Alice, ousemos passar para o outro lado do espelho das nossas representações saturadas de pré-conceitos redutores, alienantes, desactualizados, desviantes. Demos asas à imaginação e procuremos esse lado onde reine a predisposição para servir lúcida, equilibrada e desinteressadamente ao bem comum. Esse reino onde o separativismo característico da inteligência concreta é superado pelo pensamento abrangente da razão pura-abstracta iluminada pela luz vivificadora da intuição-amor-sabedoria-compaixão. Esse reino onde o conhecimento é não-dual e naturalmente se coloca ao serviço da Vida, numa postura livre de toda a mesquinhez e utilitarismo imediatista. Será assim tão irrealizável?... Preferimos pensá-lo como algo urgentemente irrecusável!

* Sobre esta ideia ver, P. Borges “Uma Visão Armilar do Mundo”, Verbo, Edição Babel, 2010, Lisboa, p. 216.

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