PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

domingo, 30 de outubro de 2011

O homem, esse recém-chegado que tudo perturba e destrói...





"Se se reconduz a idade do Universo a um dia de vinte e quatro horas, a presença do homem manifesta-se nos cinco últimos segundos e a explosão técnica e demográfica ocupa o último centésimo de segundo"


- André Lebeau, "L'enfermement planétaire", Paris, Gallimard, 2008, p.368.



É como se o homem fosse um recém-chegado à festa da vida que de repente imagina que a festa foi organizada para ele e que tem o direito de fazer o que quiser da casa, dos seus recursos e dos outros convidados, pondo-os ao seu serviço, explorando-os e destruindo-os a seu bel-prazer... O que faríamos com alguém que chegasse a nossa casa e se comportasse assim?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"A não-violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, o objectivo de toda a evolução"




"A não-violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, o objectivo de toda a evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens"

- Thomas Edison (inventor e empresário, 1847-1931)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Eu recuso-me a comer animais porque não posso alimentar-me do sofrimento e da morte de outras criaturas"



Eu recuso-me a comer animais porque não posso alimentar-me do sofrimento e da morte de outras criaturas.
Recuso-me a fazer isto porque eu mesmo sofri tão dolorosamente que consigo sentir as dores dos outros pela lembrança dos meus próprios sofrimentos.
Eu sou feliz, ninguém me persegue; porque deveria eu perseguir outros seres ou causar-lhes sofrimento?
Eu sou feliz, não sou um prisioneiro; porque devo eu transformar outras criaturas em prisioneiros e lançá-las em jaulas?
Eu sou feliz, ninguém me está a magoar; porque deveria eu magoar os outros ou permitir que sejam magoados?
Eu sou feliz, ninguém me maltrata; ninguém me vai matar; porque deveria eu maltratar ou matar outras criaturas ou permitir que sejam maltratadas ou mortas para meu prazer e conveniência?

Não é natural que eu não inflija a outras criaturas a mesma coisa que eu espero que nunca me seja imposta? E que temo que o seja?
Não é a coisa mais injusta fazer estas coisas aos outros sem nenhum propósito além do gozo deste insignificante prazer físico, à custa de mortes e tormentos?
Estes seres são menores e mais desprotegidos do que eu, mas você pode imaginar um homem racional, de sentimentos nobres, que se baseasse nestas diferenças para afirmar o direito de abusar da fraqueza ou da inferioridade de outros?

Você não acha que é justamente o dever do maior, do mais forte, do superior, proteger a criatura mais fraca ao invés de a matar?

- Edgar Kupfer-Koberwitz (escritor, Polónia, 1906-1991; escrito no campo de concentração de Dachau).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Para recordar, hoje, Dia Mundial do Animal: "No momento, o nosso mundo de humanos é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos"




"No momento, o nosso mundo de humanos é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos. Aperceber-se disso e fazer algo para mudar essa situação,
por meios pessoais e públicos, requer uma mudança de percepção,
equivalente a uma conversão religiosa.
Nada poderá jamais ser visto da mesma maneira, pois uma vez reconhecido o terror e a dor de outras espécies, você irá, a menos que resista à conversão, ter consciência das permutações de sofrimento interminável em que se apoia a nossa sociedade."

- Arthur Conan Doyle (escritor, médico, 1859-1930)