PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"[...] o vegetarismo é um sinal precioso, apenas um aspecto duma renovação social profunda"




"Convençamo-nos de que o vegetarismo é um sinal precioso, apenas um aspecto duma renovação social profunda; aceitemo-lo em todas as suas consequências e vejamos nos seus benefícios os frutos elementares da grande aspiração de alegria e paz entre os homens e sobre a terra para que a humanidade ansiosamente se encaminha"

- Jaime de Magalhães Lima, O Vegetariano: Mensário Naturista Ilustrado, III Volume, Fevereiro de 1913, p.459.

6 comentários:

Cátia Vanessa disse...

O novo paradigma deve pautar-se pelo equilíbrio. E o vegetarianismo é mais um radicalismo, que não deve ser promovido como uma solução absoluta.

Naturalmente, devemos reduzir o consumo de produtos animais e, acima de tudo, a forma como criamos esses animais. Mas uma espécie animal alimentar-se de outra e, mesmo, manter outros animais para esse fim, é um processo natural, que não é exclusivo do ser humano.

Por outro lado, os nutrientes obtidos de produtos animais são, frequentemente, indispensáveis à nossa alimentação. Não conheço um vegetariano que, em determinada altura da sua vida, não tenha conseguido evitar o recurso a suplementos alimentares para colmatar o défice de determinados nutrientes.

Finalmente, lamento que o PAN dê tanto ênfase a uma defesa do vegetarianismo, em vez de se pautar por uma posição mais moderada, sensata e razoável, de promoção de hábitos alimentares equilibrados e variados. Votei no PAN nas eleições legislativas, e gostava de continuar a pensar que foi a escolha certa.

Anónimo disse...

Santa ignorância bicicleta mais valia ficares calado, so te fica mal essas incorrecções todas a unica coisa que a carne tem são proteinas todo o resto n é desejavel gorduras toxinas nem vitaminas nem fibras a carne é o pior e um alimento pobre além do mais indigesto e nocivo pq demora a sair e apodrece dentro de nós... as proteinas são do reino vegetal os animais vão busca las em 1a mão e o humano em 2a qd podemos ir busca las em 2a mão de alto valor biológico é desejavel mais barato mais saudavel e e causamos menos sofrimento e menos desiquilibrio ao nosso redor pq é uma alimentação sustentável

Anónimo disse...

e essa coisa dos suplementos tb não é verdade conheço alguns vegetarianos que nunca tomaram suplementos se te estas a referir a vitamina b12 em que houve duvidas esse não é prob o nosso corpo fabrica a de diversas formas mas ainda que não fosse o caso ha outros alimentos que potenciam o seu aproveitamento que é infinimo em termos de necessidades mas pode sempre comer um ovo de vez em quando se tiverem duvidas nao precisam de serem coniventes com o assassinio em massa de pobres animais sacrificados para alimentar os nossos prazeres...se tivesse de usar uma faca para tirar a vida de um pobre animal..uma vaca olhar lhe nos olhos e espetar a faca seria capaz???? então sejamos coerentes....

Cátia Vanessa disse...

Caro denunciation,

Eu não falei, escrevi. E, a julgar pelos seus erros de português, mais valia, de facto, não ter escrito. Pela forma como desbobina a cassete, parece ser mais um daqueles tontinhos que não aprendeu a utilizar o cérebro para pensar por si.

Eu não sou nutricionista, mas basta-me consultar a pirâmide alimentar recomendada pela OMS (http://universidadsaludable.wordpress.com/2011/11/13/semana-alimentacion-saludable-en-la-uja-taller-2-%C2%BFcomo-combinar-los-alimentos-de-forma-equilibrada-y-saludable-elaboracion-de-dietas/piramide_alimentaria/) para confirmar aquilo que escrevi: o que falta é equilíbrio. A carne não tem só proteínas. Até tem gordura e, até esta, às vezes, é necessária.

Por acaso, já estive para ir a uma matança de porco, para saber como é. Não sei se seria capaz de matar uma vaca, da forma como descreve. Mas estou bastante certo que, se a opção fosse entre nunca mais comer carne, ou ter de matar eu o animal, a segunda hipótese seria muito provável.

Para que conste, eu não sou um carnívoro inveterado. Defendo uma alimentação equilibrada (como carne apenas 2 a 3 vezes por semana), como alguma fruta e vegetais e muitos hidratos de carbono, por ter uma actividade física acima da média. Talvez pudesse melhorar nalguma coisa, mas não seria, certamente, reduzindo a quantidade de carne.

Acrescento que tenho quase 40 anos, tenho peso um pouco acima do recomendável para a minha altura, mas sou muito saudável. Nunca estou doente, excepto com ligeiras constipações muito esporádicas, e os únicos medicamentos que tomei nos últimos 5 ou 6 anos foram muito poucos, e apenas anti-inflamatórios para tratar algumas lesões desportivas.

Como escrevi antes, mas o seu nível de iliteracia não lhe deve ter permitido entender, na natureza, há muitos exemplos de espécies animais que se alimentam de outras. E algumas fazem-no de uma forma que nos parecem cruéis. Mas a natureza é assim mesmo e nós fazemos parte dela.

Defendo uma alimentação sustentável. Evito comprar produtos importados e preocupo-me com a forma como são criados as plantas e os animais que servem para a nossa alimentação. Tenho perfeita noção de que as criações intensivas de suínos, bovinos e outras espécies são extremamente prejudiciais ao meio-ambiente, da mesma forma que o são as plantações exaustivas de vegetais. Tudo o que é em excesso, é mau. Mas, essas espécies podem ser criadas de forma sustentável para que possamos continuar a consumi-las.

O que me levou a votar no PAN foi a defesa, em geral, da natureza. Infelizmente, têm tendência para se focarem em questões de pormenor, e extremistas, como a defesa do vegetarianismo ou dos pobres cães abandonados. Seria preferível apontarem os seus recursos para os verdadeiros problemas, tais como a importação excessiva de alimentos (sejam eles quais forem), a dependência do automóvel para a mobilidade nas cidades e entre as cidades portuguesas, que irá piorar nos próximos tempos, ou a destruição de património natural com a ocupação pela excessiva urbanização.

Estes são pontos que gostaria de ver defendidos pelo PAN, como partido que se firma defensor da natureza. É, também, em função de questões como essas que tomo as minhas decisões do quotidiano. Lá está, é preciso ser coerente.

Paulo Borges disse...

Caro Bicicleta,

Como pode ver pelo nosso programa político, o PAN tem preocupações globais e não de pormenor. Quanto ao vegetarianismo, seguimos as recomendações da ONU ao considerá-lo a única dieta sustentável para alimentar uma população em constante crescimento, além da questão ética e ambiental. Todavia a nossa campanha vai mais no sentido da redução progressiva do consumo de carne, sobretudo industrial.
Grato pelo comentário.

Cátia Vanessa disse...

Caro Paulo Borges,

Em toda a minha vida, apenas li uma vez um programa político de um partido. Foi o vosso, foi antes das últimas legislativas, e mereceu o meu voto.

No entanto, já na altura reparei que as vossas acções tendiam a erguer certas bandeiras que me parecem acessórias e não essenciais. Sob pena de me repetir, refiro como exemplo os temas do vegetarianismo e das touradas.

Lamento que não tenham conseguido colocar um deputado na assembleia e, assim, terem mais peso nas políticas ambientalistas deste país. Mas lamento, também, que empenhem tantos recursos a lutar por questões, que apenas fazem parte de um cenário maior e nem sequer são desempenham o papel principal.

cumprimentos

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