PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os princípios de uma nova civilização


“Um reconhecimento de uma aliança está a crescer entre pessoas em diferentes arenas de activismo, seja político, social ou espiritual. O acupunctor holístico e o resgatador de tartarugas do mar podem não ser capazes de explicar o sentimento, “Estamos a servir a mesma coisa”, mas estão a fazê-lo. Ambos estão ao serviço de uma emergente História das Pessoas que é a mitologia definidora de um novo tipo de civilização.

Chamar-lhe-ei a História do Entre-Ser, a Idade da Reunião, a era ecológica, o mundo da dádiva. Ela oferece um conjunto completamente diferente de respostas às questões que definem a vida. Eis aqui alguns dos princípios da nova história:

- Que o meu ser participa no teu ser e no de todos os seres. Isto vai para além da interdependência – a nossa própria existência é relacional.
- Que, portanto, o que fazemos ao outro, fazemo-lo a nós mesmos.
- Que cada um de nós possui um único e necessário dom a oferecer ao mundo.
- Que a finalidade da vida é expressar os nossos dons.
- Que todo o acto é significativo e tem um efeito no cosmos.
- Que estamos fundamentalmente inseparados uns dos outros, de todos os seres e do universo.
- Que cada pessoa que encontramos e cada experiência que temos espelha algo em nós mesmos.
- Que a humanidade está destinada a unir-se alegremente à tribo de toda a vida na Terra, oferecendo os nossos dons unicamente humanos para o bem-estar e o desenvolvimento do todo.
- Que finalidade, consciência e inteligência são propriedades inatas da matéria e do universo”

- Charles Einsenstein, The More Beautiful World Our Hearts Know is Possible, Berkeley, North Atlantic Books, 2013, pp.15-16.

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