PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 21 de dezembro de 2013

"Temos vivido numa Idade de Separação"


“Temos vivido numa Idade de Separação. Um a um, dissolveram-se os nossos laços com a comunidade, a natureza e o lugar, abandonando-nos num mundo estranho. A perda destes laços é mais do que uma redução da nossa riqueza, é uma redução do nosso próprio ser. O empobrecimento que sentimos, isolados da comunidade e da natureza, é um empobrecimento das nossas almas. Isto porque, contrariamente ao que assume a economia, a biologia, a filosofia política, a psicologia e a religião institucional, nós não somos na essência seres separados que têm relações. Nós somos relação”

- Charles Eisenstein, Sacred Economics. Money, Gift & Society in the Age of Transition, Berkeley, Evolver Editions, 2011, p.49.

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