"As políticas económicas absorvem quase por inteiro a atenção dos governos e tornam-se, ao mesmo tempo, cada vez mais impotentes. (...) Quanto mais rica é uma sociedade, menos possível se torna para ela a produção de coisas de valor, sem uma retribuição imediata. A economia tornou-se de tal modo escravizante que absorve quase integralmente a política externa. As pessoas dizem, "Ah, pois, nós não gostamos dessa gente, mas estamos economicamente dependentes deles e, por isso, temos de lhes fazer as vontades". A economia tende a absorver toda a ética e a tomar procedência sobre todas as outras considerações humanas. Ora é bem claro que isto é um desenvolvimento patológico (...)"
- E. F. Schumacher, "Small is beautiful", Lisboa, Dom Quixote, 1985, 2a edição, p.62.
PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
"A economia tende a absorver toda a ética..."
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
"O circo ensina as crianças a rir da dignidade perdida dos animais"
"O circo ensina as crianças a rir da dignidade perdida dos animais. Neste caso, a "humanização" dos bichos reflecte claramente a falta de humanidade das pessoas projectada num macaco de vestido, camuflada sob os risos"
- Olegario Schmitt (escritor, poeta, fotógrafo; Brasil, 1976)
- Olegario Schmitt (escritor, poeta, fotógrafo; Brasil, 1976)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
"(...) quando se trata de animais, todo o homem é um nazi"
"Há muito chegara à conclusão de que o tratamento do homem para as criaturas de Deus torna ridículos todos os seus ideais e todo o pretenso humanismo. Para que este estufado indivíduo degustasse seu presunto, uma criatura viva teve de ser criada, arrastada para sua morte, esfaqueada, torturada e escaldada em água quente. O homem não dava um segundo de pensamento ao facto de que o porco era feito da mesma matéria e que tinha de pagar com sofrimento e morte para que ele pudesse saborear sua carne. Pensei mais de uma vez que, quando se trata de animais, todo o homem é um nazi"
- Isaac Bashevis Singer
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"[...] o vegetarismo é um sinal precioso, apenas um aspecto duma renovação social profunda"
"Convençamo-nos de que o vegetarismo é um sinal precioso, apenas um aspecto duma renovação social profunda; aceitemo-lo em todas as suas consequências e vejamos nos seus benefícios os frutos elementares da grande aspiração de alegria e paz entre os homens e sobre a terra para que a humanidade ansiosamente se encaminha"
- Jaime de Magalhães Lima, O Vegetariano: Mensário Naturista Ilustrado, III Volume, Fevereiro de 1913, p.459.
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Como poderemos nós ser deuses se os animais são exatamente como nós?
In Masson, J. e McCarthy, S. (2001). Quando os elefantes choram. Cascais: Sinais de Fogo, p. 60.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
"Os animais têm todos a sua vida própria e nenhum deles jamais nasceu para alimentar o homem"
"Os animais têm todos a sua vida própria e nenhum deles jamais nasceu para alimentar o homem; este é que pensa quase sempre não ter nascido para outra coisa que não seja comer, e assim, depois de ter provado de tudo, quis também ensaiar a carne e fê-lo, e, como gostasse, continuou, sendo muito para supor que um dia faça o mesmo ao seu semelhante que, de resto e figuradamente, há muito já que vem comendo"
- Luís Albino da Silva Leitão (escritor, jornalista e filantropo, director da "Revista do Bem" e do "Anuário Comercial", 1866-1940).
- Luís Albino da Silva Leitão (escritor, jornalista e filantropo, director da "Revista do Bem" e do "Anuário Comercial", 1866-1940).
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"Os que são sanguinários com os bichos, revelam uma natureza propensa à crueldade"
“Quanto a mim, nunca pude sequer ver perseguirem e matarem um inocente animal, sem defesa, e do qual nada temos a recear, como é o caso da caça ao veado, o qual, quando sem fôlego e sem forças, e sem mais possibilidade de fuga, se rende e como que implora o nosso perdão com lágrimas nos olhos: “gemendo, ensanguentado, pede misericórdia” [Virgílio]. Um tal espectáculo sempre me pareceu muito desagradável.
Se apanho algum animal vivo, dou-lhe liberdade. O mesmo fazia Pitágoras que comprava peixes e pássaros para os soltar: “Foi, creio, como o sangue dos animais que o ferro se tingiu pela primeira vez” [Ovídio]. Os que são sanguinários com os bichos, revelam uma natureza propensa à crueldade. Quando se acostumaram em Roma com os espectáculos de matanças de animais, passaram aos homens e aos gladiadores.”
- Michel de Montaigne, Ensaios, Livro segundo, Capítulo XI, "Da crueldade"
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