1. Qual é o objetivo do PAN ao pretender candidatar-se nas próximas eleições legislativas?
Eleger quem faça a diferença, defendendo não interesses de grupos, mas o bem de todos os seres e a harmonia ecológica. Reformar mentalidades e refundar a política na ciência e na ética, na razão, no amor e na compaixão. Somos um partido inteiro, que assume a unidade das causas humanitária, animal e ecológica. Um partido da solidariedade que, lutando contra todas as formas de discriminação e opressão do homem pelo homem, não aceita a discriminação e violência contra os animais, parente próxima do esclavagismo, racismo e sexismo.
2. Quais são os principais temas que quer ver discutidos?
Consagrar na Constituição a senciência dos animais, a sua capacidade de sentirem dor e prazer, físicos e psicológicos, alterando o Código Civil, onde são reduzidos ao estatuto de coisas, bem como aprovar uma lei para sua protecção, que criminalize os atentados contra a sua vida, abandonos e maus-tratos.
Questionar o modelo de crescimento económico. A produção de riqueza deve servir as necessidades fundamentais da população, a educação, a cultura e o nosso desejo de felicidade, numa alternativa à sociedade de produção e consumo que, para satisfazer desejos artificialmente criados, explora homens, animais e recursos naturais, sacrificando o bem comum à avidez de lucro. A economia de mercado deve ser reconvertida para o bem social, humano, animal e ecológico. Há que reduzir gastos com a Defesa, Exército e obras públicas de fachada, moralizar salários e reformas da administração pública e privada e aumentar os impostos sobre os grandes rendimentos.
3. Porque é que diz que uma grande maioria dos eleitores não se reconhece no atual quadro político?
Nas eleições presidenciais, contando abstenções, votos em branco, nulos e em independentes, 66% (!) do total de eleitores recusou as propostas dos partidos com assento parlamentar. Isto mostra um imenso espaço aberto para surgirem novas iniciativas cívicas e partidárias, que o PAN assume como seu.
PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Versão integral da entrevista de Paulo Borges publicada na "Visão" de 10.2.2011
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