PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Viajante sereno

A Fraternidade é um “bem” demasiado precioso para que o contaminemos com a indolência.

Dogma e superstição, fanatismo e niilismo, são a descendência do obscurantismo. A sua superação – o bom combate – obriga a que não usemos das suas falácias.

A humanidade, sendo una, remete para a exaltação do que é comum: a abarcância da Vida.

Tudo o que separa é in-coerente. Por isso, afirmar a radical diferença, esse estulto argumento da miopia dualista, interdita o caminho médio para a ponte que, no subtil movimento, liga as margens do rio do esquecimento.

Será este um dos caminhos do humano enquanto viajante sereno.

Ponte, rio, humano, margem e caminho, serão as metáforas possíveis resultantes, no entanto, de um descentramento radical?

António E. R. Faria

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