PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Principais propostas do programa Político do PAN: 1 - Cultura

Iniciamos aqui a publicação das principais propostas apresentadas no Programa Político do PAN. Para mais desenvolvimentos: http://partidoanimaisnatureza.com/ficheiros/PAN_Prog_Pol_2011.pdf

1) A Cultura e a Educação devem ser áreas privilegiadas pelo Orçamento do Estado,
como decisivas para o presente e futuro da Nação, em detrimento de gastos sobredimensionados e desnecessários com as Forças Armadas e com obras públicas que
visem não o bem comum, mas apenas interesses particulares e a ostentação e propaganda
dos governos.

2) Promoção da Cultura como um dos factores fundamentais da formação dos cidadãos
e em todos os seus aspectos: não só tecnológica, mas também filosófica, científica,
literária e artística. As desvantagens da especialização excessiva devem ser
compensadas com a promoção da interdisciplinaridade.

3) Investimento na promoção de uma cultura de valores fundamentais da humanidade,
como a paz, a não-violência e o respeito pelo outro, extensivos não só aos homens,
mas também aos animais e à natureza. Disso depende um aumento da consciência
cívica e uma melhoria da sociedade humana.

4) Criação de um departamento no Ministério da Cultura, em estreita colaboração com
o Ministério da Educação, destinado a promover, sobretudo nas camadas mais jovens
e nos vários níveis de escolaridade, uma consciência ética e solidária igualmente
abrangente de homens, animais e natureza.

5) Extinção da secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, pois a tauromaquia não é uma tradição nacional e consiste numa prática que contradiz os princípios elementares de uma cultura ética e não-violenta.

6) Promoção da cultura portuguesa e lusófona em Portugal e no mundo, destacando
também o contributo pioneiro de vários autores portugueses, como Antero de Quental,
Guerra Junqueiro, Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes, José Marinho, Eudoro
de Sousa e Agostinho da Silva, entre outros, para uma antecipação da actual consciência ecológica, bem como para a crítica do antropocentrismo e do especismo, propondo uma ética holística.

7) Promoção em Portugal e na comunidade lusófona dos valores ecológicos e de defesa
do valor intrínseco da natureza e de todos os seres vivos.

8) Promoção em Portugal e na comunidade lusófona, na linha da tradição universalista
da história e da cultura portuguesas, o conhecimento das múltiplas línguas e culturas
planetárias, com muitas das quais os Portugueses tiveram contactos pioneiros e
nas quais se podem encontrar paradigmas culturais complementares da tradição europeia-ocidental, frequentemente mais harmoniosos no que respeita à relação da
espécie humana consigo, com os seres vivos e com a natureza. Um português culto
e bem formado deve ter uma consciência multicultural e universalista, não apenas
cingida à cultura nacional, lusófona e europeia-ocidental.

9) Assumir Portugal como o país da multiculturalidade, do diálogo intercultural e inter-religioso, do ecumenismo e da paz, promovendo, sem parcialismos mas com
verdadeira abertura e universalismo, encontros internacionais entre líderes religiosos ou espirituais, ateus e agnósticos, assim como políticos e económicos, destinados à busca de mediação e resolução de conflitos, bem como a encontrar respostas para a resolução dos grandes desafios e questões com que se debate a humanidade no início do século XXI.

10) Fomento em Portugal de uma consciência cívica e ética formada no respeito de pessoas e instituições pela Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) e pela
Carta da Terra (1994). Fomos pioneiros na abolição da pena de morte e da escravatura
e sensibilizámos a comunidade internacional para o drama de Timor. Devemos
estar hoje à altura desta tradição e mobilizar-nos para os grandes desafios éticos,
culturais e civilizacionais do nosso tempo. Portugal deve posicionar-se sempre na
primeira linha da expansão da cultura e da consciência, da luta por uma sociedade
mais justa, da defesa dos valores humanos fundamentais e das causas humanitária,
animal e ecológica. Portugal deve tornar-se um País Ético em todos os domínios, o
que depende de um forte investimento cultural e educativo, sobretudo na formação
das novas gerações.

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