PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Breve História de uma Semente que gerou uma flor chamada PAN

Uns quantos Zeladores retiraram a frágil semente de um cofre-luz, pequeno foco materializado dessa Natureza que tudo É, e expuseram-na aos alvores de um novo dia. Chamaram-na PAN, porque a sua essência constitutiva assenta no Princípio Abarcante de Não-agressão, o agir sem reactividade nem possessividade no estreito cumprimento das Leis da Natureza, essa Plena Abrangência do Nada-“que é Tudo”. Em seguida, colocaram-na suavemente na terra dos ideais concretos. Quase instantaneamente uma raiz brotou.

Essa raiz de venerável origem provém de uma orbe indissoluvelmente tripla, onde Vontade, Amor-Sabedoria e Inteligência Activa se constituem como as três faces de uma pirâmide mágica, cuja geometria essencial assenta no número de ouro que une num eixo único as três dimensões da Vida na sua abarcante e interdependente biodiversidade: humanos, animais não humanos e a restante Natureza.

Num tempo estranhamente curto, a pequena raiz gerou uma flor que foi olhada por muitas dezenas de milhares de Portugueses. Ao respirarem um pouco do seu perfume sorriram lúcida e abertamente, reconhecendo-a com olhar vibrante mas sereno.

Para que possamos despertar mais sorrisos conscientes, vamos permitir que essa planta cresça e se mostre a todos no seu pleno esplendor, de modo a que na praxis do dia-a-dia nunca seja adiado o seu perfume, nem alienadas as suas cores cambiantes, nem confundidas as suas múltiplas formas.

Essa planta, que busca o alento na Preciosa Abarcância do Nada-para-si-querer, coloca-a nos centros da tua mente, da tua voz e do teu coração. De quando em vez deixa que contacte o orvalho da manhã, o sol do meio-dia e a serenidade do crepúsculo. Em seguida sorri! Em cada dia que passa oferece uma pétala ao primeiro que encontres. Por cada pétala que dês, crescerão outras três plantas, cada uma com a sua cor, forma e perfume.

Sempre que possas senta-te no bosque da Vida, ouve os seus sons e repara que são o pulsar da tua mente, respiração e plexo cardíaco, nessa floração PAN-abarcante que em ti desabrocha.

Os portadores dessa planta mágica, esses seres que da Família PAN afloram, estão em movimento multifacetado, interdependente, onde fugacidade e permanência são afinal uma só coisa; numa multiplicidade a que subjaz a unidade, sob uma Vontade que se alia ao Amor-Sabedoria e à Inteligência activa; num sorriso que tudo abarca e vai desvelando ser-a-ser, em cada vez mais seres, essa preciosa flor da Humanidade em plena Potência, em Pleno Abraço que Nada-despreza!

Vamos agora, todos em conjunto, olhar, pensar, meditar e integrar. É esse o adubo fértil, que transforma harmoniosamente o latente em patente, e permite que a vida seja mais Vida, para o Bem de Tudo, de Todos, do Todo.

Por tudo isto sê PAN, para que te situes no Todo, de modo consciente, activo e sereno.

Por tudo isto sê PAN, para que o Cosmos que partilhamos desabroche em Plena Actividade Natural-de-Amor-e-Sabedoria todo abrangentes!

António E. R. Faria

Ângela Santos

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