PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O setembrista e as corridas de touros

A partir da primeira metade do século XIX, estas ideias [de defesa dos direitos dos animais] levaram à fundação de sociedades protetoras dos animais e à aprovação de leis contra a crueldade com estes. Portugal não foi excepção. A 19 de Setembro de 1836, Passos Manuel, então ministro do reino, aboliu as corridas de touros, por as considerar "um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas". Contudo, a medida só vigorou durante nove meses, sendo revogada pelas Cortes a 27 de Junho de 1837.

in Teixeira, L. H. (2012). Verdes anos: História do ecologismo em Portugal {1947—2011}. Lisboa: Esfera do Caos (p. 236).


Se, neste domínio, tivesse vigorado a inteligência e sensibilidade de Passos Manuel, teríamos hoje um Portugal mais compassivo e civilizado sem divertimentos bárbaros e impróprios de nações civilizadas.

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