PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Para uma ética da compaixão

"(...) o fenómeno quotidiano da piedade, desta participação totalmente imediata, sem nenhum segundo pensamento, primeiro nas dores de outrem, depois e em seguida na cessação, ou na supressão destes males, pois reside aí o fundo último de todo o bem-estar e de toda a felicidade. Esta piedade, eis o único princípio real de toda a justiça espontânea e de toda a verdadeira caridade. Se uma acção tem um valor moral, é na medida em que dela procede: a partir do momento em que tem outra origem, já não vale nada. Desde que esta piedade desperta, o bem e o mal de outrem tocam-me no coração tão directamente quanto me toca em geral o meu próprio bem, se não com a mesma força; entre este outro e eu, então, não há mais diferença absoluta.
(...) Nestes momentos, esta linha de demarcação, (...) que separa o ser do ser, apaga-se: o não-eu torna-se até certo ponto o eu"
- Schopenhauer, "O Fundamento da Moral".

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