Imaginemos a existência num traço vertical; dois sentidos de imediato surgem - o ascendente e o descendente. Relativamente ao primeiro, evoquemos os heróis, os guerreiros, os cavaleiros medievais, os kshatrias indianos, figuras que através da sua ação pretendem ascender aos céus com o intuito de aí alcançar um estado de passividade beatífica. Já o segundo recordemos os semitas e posteriormente os cristãos e os muçulmanos - os representantes das tradições monoteístas - que passivamente através da vida religiosa-contemplativa, esperam que a Graça Divina, o Espírito Santo, a Canastra Iluminadora (expressão que tive oportunidade de escutar numa celebração eucarística em Fátima), conduzindo esta experiência mística a um estado de atividade beatífica na terra. Sendo o primeiro um caminho solar, de cariz indo-europeu e essência da espiritualidade pagã, masculino, inspirado na mulher e expirado no andrógino, ascendente, de princípio ativo que tem como alvo o passivo, o segundo é um caminho lunar, de cariz semita e precursor da espiritualidade monoteísta, feminino, inspirado no Pai, descendente, caracterizado por um princípio passivo que visa o ativo.
Talvez a junção dos dois traga um contorno horizontal à existência, o que significa aniquilamento ou transcendência do ego, algo que poderá quebrar barreiras, fronteiras, limites e muros entre todos os seres, o que permitirá por sua vez uma coexistência universal entre tudo e todos dotada de solidariedade, fraternidade e igualdade.
Talvez a junção dos dois traga um contorno horizontal à existência, o que significa aniquilamento ou transcendência do ego, algo que poderá quebrar barreiras, fronteiras, limites e muros entre todos os seres, o que permitirá por sua vez uma coexistência universal entre tudo e todos dotada de solidariedade, fraternidade e igualdade.
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