PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

"O que se requer é uma nova criação imaginária de uma importância sem paralelo no passado, uma criação que metesse no centro da vida humana outras significações que não a expansão da produção e do consumo"

"O que se requer é uma nova criação imaginária de uma importância sem paralelo no passado, uma criação que metesse no centro da vida humana outras significações que não a expansão da produção e do consumo, que colocasse objectivos de vida diferentes que pudessem ser reconhecidos pelos seres humanos como valendo a pena. (...) Tal é a imensa dificuldade com que nos defrontamos. Deveríamos querer uma sociedade na qual os valores económicos cessaram de ser centrais (ou únicos), onde a economia esteja reposta no seu lugar como simples meio da vida humana e não como fim último, na qual se renuncie pois a esta corrida louca para um consumo sempre acrescido. Isso não é somente necessário para evitar a destruição definitiva do ambiente terrestre, mas também e sobretudo para sair da miséria psíquica e moral dos humanos contemporâneos"

- Cornélius Castoriadis, La montée de l'insignificance. Les carrefours du labyrinthe IV, Paris, 1996, p.96.

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