PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
«Que é que faz?»
"Sempre que a sociedade moderna nos promete o acesso a uma comunidade, esta é centrada na adoração do sucesso profissional. Sentimos que estamos junto dos seus portões quando a primeira pergunta que nos fazem numa festa é «Que é que faz?». A nossa resposta a essa pergunta determinará se somos bem recebidos ou definitivamente ostracizados por sermos insignificantes. Nessas competitivas reuniões pseudocomunais apenas alguns dos nossos atributos contam como moeda com a qual podemos comprar a boa vontade de desconhecidos. O que interessa acima de tudo é o que está escrito nos nossos cartões profissionais, e as pessoas que optaram por passar a vida a cuidar dos filhos, a escrever poesia ou a tratar de pomares ficarão a saber que remam contra a corrente dominante dos poderosos e que merecem ser devidamente marginalizadas."
Alain de Botton, Religião Para Ateus, Publicações D. Quixote, 2012, p.29
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