PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
"[...] definição breve de desenvolvimento sustentável: vida boa dentro dos limites dos ecossistemas”
“O grande economista Kenneth Boulding já há muitos anos sugeriu que o PIB (Produto Interno Bruto) deveria considerar-se antes uma medida do custo interior bruto e que uma sociedade racional num planeta finito deveria orientar os seus esforços para minimizar este indicador, não para maximizá-lo. Minimizar o PIB – que mede as trocas mercantis – quer dizer: desmercantilizar.
A ruptura cultural decisiva, a que hoje necessitamos, tem de apontar contra a mercantilização generalizada, o produtivismo e o desenvolvimentismo. Tratar-se-ia de quebrar a identificação entre progresso e crescimento económico (produção de bens e serviços mercantis) […]. Necessitamos menos horas de trabalho, menos coisas, menos competição destrutiva, menos stress, menos desigualdade; e também mais cooperação, mais segurança existencial, mais democracia, mais tempo para a família e os amigos, mais tempo livre, mais festa… Precisamos que a qualidade (da vida, dos vínculos sociais, dos ecossistemas) prevaleça sobre a quantidade: uma concepção do progresso “pós-desenvolvimentista”, que teria de coincidir com a seguinte definição breve de desenvolvimento sustentável: vida boa dentro dos limites dos ecossistemas”
- Jorge Riechmann, Interdependientes y Ecodependientes, 2012, p.365.
Etiquetas:
desmercantilizar,
Jorge Riechmann,
ruptura cultural,
vida boa
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