PAN - UM NOVO PARADIGMA
Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.
Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.
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domingo, 11 de agosto de 2013
Ideias para uma nova política internacional portuguesa
Uns advogam que Portugal deve sair da Zona Euro e afastar-se da Europa, outros que nela deve continuar numa Europa federalista, outros que se deve aproximar dos países lusófonos e outros ainda outras coisas.
Portugal deve continuar onde sempre esteve: no planeta Terra. E se há relações que devem ser privilegiadas é com todos os povos, nações e culturas. Relações transversais aos Estados, tantas vezes meras abstracções criadas, a ferro e fogo, para dividir e enfraquecer as comunidades reais. Relações que privilegiem, por sua vez, tudo o que de melhor se está a fazer no planeta por um novo paradigma de civilização, que salve a Terra e os seres vivos, humanos e animais, da destruição que está a ser promovida pela globalização do modelo mental e económico europeu-ocidental e neoliberal.
No plano das relações internacionais do Estado português só se justifica a saída da Zona Euro quando as desvantagens e os sacrifícios de permanecermos superarem os de sairmos, o que por enquanto não se verifica. Pode, todavia, tornar-se uma realidade a curto/médio prazo e devemos estar preparados para essa eventualidade. O federalismo europeu pode ser uma boa solução, se assegurar a equidade político-económica entre as nações europeias e libertar a Europa do peso da Alemanha. E isso não impede que Portugal se aproxime, também economicamente, de outras nações mais próximas pela história, pela língua e pela cultura: não só as nações lusófonas, mas também as ibéricas (Espanha virá inevitavelmente a desmembrar-se) e as mediterrânicas, incluindo as do Norte de África. Portugal deve mesmo, com as nações do Sul da Europa, Espanha, Itália e Grécia, criar um bloco de resistência à hegemonia alemã e norte-centro europeia.
Todavia, nestas aproximações e relações internacionais, impõe-se um critério superior ao da história, da língua e da cultura: o da ética, da justiça e do bem. Portugal deve privilegiar relações com nações que respeitem os direitos humanos, dos animais e do ambiente. Neste sentido, a par de promover relações mais estreitas com as nações da sua área histórico-cultural que sejam mais fiéis a esses valores, Portugal deve inspirar-se e privilegiar contactos com nações que investem num novo paradigma civilizacional, como a Bolívia, que aprovou uma lei que consagra “o desenvolvimento integral em harmonia com a Mãe Terra e o Bem Viver”, e o Butão, que integrou nos princípios da sua governação a Felicidade Interna Bruta, da população, considerando-a mais importante do que o Produto Interno Bruto.
O mundo está em acelerada Mudança e importa que Portugal não continue a perder o comboio, permanecendo refém de todo o tipo de visões estreitas. Sobretudo se quiser cumprir a sua maior vocação, segundo a visão de Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva: contribuir para o surgimento de um Mundo Novo, com uma consciência nova, global e integral, como se simboliza na esfera armilar.
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