PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Mudança de paradigma. Consciência holística. Interdependência. Ecologia.

"A própria consciência não está separada da realidade física. Somos interdependentes de um modo que estamos apenas a começar a entender. E, no entanto, ainda vivemos numa civilização dominada por uma imagem newtoniana ultrapassada de separação. 

Infelizmente muita da presente "consciência ambiental" permanece dentro deste paradigma, vendo o desequilíbrio ecológico como um problema que podemos resolver científica ou economicamente. Apenas agora começamos a reconhecer o quanto a mudança de consciência é indispensável para a resolução desta crise global sem precedentes. Se quisermos realmente responder às necessidades de um todo interdependente, precisamos de uma abertura de consciência que abranja o todo.

Uma vez que entremos na realidade de uma consciência holística que esteja verdadeiramente em inter-relação com o todo, encontrar-nos-emos num mundo muito diferente em que tudo interage connosco numa dinâmica contínua. Até mesmo a nossa consciência afecta o mundo físico. A questão é então: qual o nosso papel nesta realidade verdadeiramente interdependente? 

Mesmo a nossa visão actual de "ecologia profunda" mostra-nos o mundo através de uma consciência de separação - o quadro analítico e racional que nos é imposto pela nossa educação e condicionamentos. Nós raramente experienciamos a nossa consciência incorporada na unidade do mundo que nos rodeia, como, por exemplo, acontece com povos indígenas, para quem até mesmo a ideia de um indivíduo ser separado do seu ambiente não existe". 

Llewellyn Vaughan-Lee, Sustainability, Deep Ecology, & the Sacred





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