PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

domingo, 1 de maio de 2011

Começar de Novo

Todos nós, individual e colectivamente, criamos hábitos. Alguns são inúteis ou nocivos; outros constituem factores positivos e indispensáveis. Mesmo entre estes, porém, há os que se tornaram desnecessários, cristalizações que nos cegam e nos aprisionam a visões e a fases evolutivas já ultrapassadas. Quando tal acontece, então, questionarmo-nos, renovarmo-nos, rever ideias, pressupostos e maneiras de pensar, de estar ou de fazer – enfim, COMEÇAR DE NOVO -, é algo de fundamental.

Sempre que os conceitos se degradam em preconceitos, a organização se acomoda em falta de criatividade, a firmeza se torna em prepotência ou dureza de coração, é tempo de pararmos. É tempo de voltar a sorver ar que não esteja já contaminado. É tempo de redescobrir horizontes. É tempo de fazer novos projectos, construir novos modelos, formular novas exigências, encontrar novos equilíbrios – despertar a criatividade.

Hoje, que todos sentimos que o mundo está numa encruzilhada, parece ser um desses momentos, com os seus riscos e oportunidades. Perspectivando o futuro, que a todos concerne, é hora de a todos ouvir sem preconceitos, respeitosa e atentamente, como quem partilha e não como quem disputa. É hora, além do mais, de ouvir outras vozes. Diferentes das mesmas – quase sempre as mesmas – que têm opinado sobre (quase) tudo e que, em (quase) tudo, conduziram o mundo a uma grande encruzilhada.

José Manuel Anacleto

(Publicado no nº 17 da Biosofia)

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo trabalho do PAN, parabéns por existirem. O meu voto será para vós. Também muito satisfeita estou por ver aqui uma pessoa tão maravilhosa e que me tem ensinado tanto, o José Manuel Anacleto. Um abraço do coração para todos.

Unknown disse...

Sim, ouvir outras vozes. Mais compassivas, mais sábias, mais profundas!

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