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“A razão de ser da actividade económica é garantir as condições básicas da vida humana. E será necessária a “maximização dos lucros” para a sobrevivência humana? […] A busca do lucro está decerto justificada do ponto de vista ético sempre que fiquem a salvo outros valores superiores, porém isto de modo algum justifica eticamente a maximização dos lucros como princípio da política económica. Porque exigir um máximo de lucros (económicos), quando isso supõe arcar com um máximo de custos (sociais ou ecológicos)?
• Um novo ordenamento da economia mundial requer uma ética de responsabilidade de economistas realistas com um horizonte idealista. Esta ética pressupõe, também na economia, sentimentos, ideais e valores, porém questiona-se de forma realista pelas consequências previsíveis, em particular as negativas, das decisões económicas e responsabiliza-se por elas.
• Na era pós-moderna, uma actuação económica responsável consiste em estabelecer um vínculo sério entre as estratégias económicas e o juízo ético.
• Este novo paradigma de ética económica concretiza-se na medida em que – admitida a legitimidade do lucro – submete a actuação económica à prova de se lesa bens ou valores superiores, ou se tem suficientemente em conta a realidade social e ambiental e também o futuro. Dado que não resulta nada fácil submeter os casos concretos a esta prova argumentativa de verificação ética, tornam-se necessários ordenamentos políticos específicos”
- Hans Küng, Weltethos für Weltpolitik und Weltwirtschaft [Uma ética mundial para a política mundial e a economia mundial], 1997.
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