PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A ética global segundo Hans Küng




"Quais são as fontes de uma ética global? Resposta: todo o intuito de formulação de uma ética global há-de colher o seu conteúdo "dos recursos culturais, ideias, experiências emocionais, recordações históricas e experiências espirituais dos povos". Apesar das diferenças das culturas, há certas temas que aparecem em quase todas as tradições culturais e que podem servir de inspiração para uma ética global.

A primeira fonte constituem-na as grandes tradições culturais, especialmente "a ideia da vulnerabilidade humana e o consequente impulso ético de minorar o sofrimento, na medida do possível, e garantir a cada indivíduo a sua segurança"

- Hans Küng, Una ética mundial para la economía e la política, Madrid, Trotta, 1999, p.239 (citações do Report of the World Commission on Culture and Development, "Our Creative Diversity", Paris, 1995).

Esta perspectiva deva ser completada, superando o seu antropocentrismo, pela igual consideração dos seres não-humanos e da natureza. Só assim se poderá falar de uma ética global.

O nº1 da revista Cultura ENTRE Culturas publica uma conferência inédita deste pensador, que faz parte da sua Comissão de Honra.

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