PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Queres tu saber o que é um homem verdadeiramente pobre?

Queres tu saber o que é um homem verdadeiramente pobre?
É verdadeiramente pobre em espírito, aquele que pode bem privar-se de tudo o que não é necessário. Por isso é que aquele que estava sentado nu dentro de um barril disse ao grande Alexandre, que tinha o mundo inteiro a seus pés: «Eu sou», disse ele, «um senhor muito maior do que tu és; porque eu desprezei mais do que aquilo de que tu te apropriaste. Aquilo que tu consideras como grande possuíres é para mim demasiado pequeno, mesmo para desprezar». É muito mais feliz aquele que pode privar-se de todas as coisas e não precisa delas, do que quem conserva todas as coisas por necessidade delas.

Mestre Eckhart, Tratados e Sermões, Paulinas Editora, 2009, pp.97-98

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