PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

"A natureza é a nossa casa."

Se há uma área em que tanto a educação como os media têm uma responsabilidade particular é, creio eu, na do meio ambiente natural. Uma vez mais, esta responsabilidade tem menos a ver com questões de certo e de errado do que com uma questão de sobrevivência. A natureza é a nossa casa. Não é necessariamente sagrada ou santa, é simplesmente o lugar onde vivemos. É do nosso interesse olhar por ela. É do senso comum. Mas só recentemente o índice populacional, o poder da ciência e a tecnologia cresceram ao ponto de poderem ter um impacte directo sobre a natureza. Por outras palavras, até agora a Mãe Natureza tem tolerado o nosso descuido caseiro. Mas agora chegámos ao ponto em que ela deixou de poder aceitar o nosso comportamento em silêncio. Os problemas causados pela degradação ambiental podem ser vistos como a sua resposta ao nosso comportamento irresponsável. Está a avisar-nos que a sua tolerância tem limites.

Sua Santidade O Dalai Lama, Ética para o Novo Milénio, Editorial Presença, p.139

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