PAN - UM NOVO PARADIGMA

Vivemos o fim de ciclo de um paradigma civilizacional esgotado, o paradigma antropocêntrico, cuja exacerbação nos últimos séculos aumentou a devastação do planeta, a perda da biodiversidade e o sofrimento de homens e animais. Impõe-se um novo paradigma, uma nova visão/vivência da realidade, ideias, valores e símbolos que sejam a matriz de uma nova cultura e de uma metamorfose mental que se expresse em todas as esferas da actividade humana, religiosa, ética, científica, filosófica, artística, pedagógica, social, económica e política. Esse paradigma, intemporal e novíssimo, a descobrir e recriar, passa pela experiência da realidade como uma totalidade orgânica e complexa, onde todos os seres e ecossistemas são interdependentes, não podendo pensar-se o bem de uns em detrimento de outros e da harmonia global. Nesta visão holística da Vida, o ser humano não perde a sua especificidade, mas, em vez de se assumir como o dono do mundo, torna-se responsável pelo equilíbrio ecológico do planeta e pelo direito de todos os seres vivos à vida e ao bem-estar.

Herdando a palavra grega para designar o "Todo", bem como o nome do deus da natureza e dos animais, o PAN - Partido pelos Animais e pela Natureza - incarna esse paradigma na sociedade e na política portuguesas.

O objectivo deste blogue é divulgar e fomentar o debate em torno de contributos diversos, contemporâneos e de todos os tempos, para a formulação deste novo paradigma, nas letras, nas artes e nas ciências.

sábado, 8 de janeiro de 2011

"Considerar os países dos outros como o nosso próprio país"

No século V antes da era cristã, o filósofo chinês Mozi, horrorizado com a devastação provocada pela guerra no seu tempo, perguntou: «Qual é a via para o amor universal e o benefício mútuo?» E respondeu à sua própria pergunta: «É considerar os países dos outros como o nosso próprio país.» Diz-se que o antigo iconoclasta Diógenes, quando lhe perguntaram de que país era oriundo, afirmou: «Sou um cidadão do mundo.» No final do século XX, John Lennon cantou que não é difícil «Imaginar que não há países [...]/Imaginar que todas as pessoas/Partilham todo o mundo».

Peter Singer, Um Só Mundo a Ética da Globalização, Gradiva, pp.263-264

2 comentários:

Paulo Borges disse...

Isso começa a treinar-se considerando os outros como nós próprios...

Miguel Oliveira Panão disse...

Eu penso que "considerar o país do outro como o meu" não implica - como canta John Lennon - que se imagine não haver países. Muito pelo contrário, a existência de países assegura a diversidade cultural pela qual se pode gerar uma unidade. Caso contrário, estaríamos numa condição de "mesmidade" cultural.

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